"Não importa aquilo em que pessoalmente creia,
sem dúvida gostaria de ouvir ambos os lados da questão."
— Despertai! 8 de Abril de 1970, página 5.
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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quando Jerusalém foi destruída? — Série de artigos em A Sentinela

A edição de 1 de Outubro de 2011 da revista A Sentinela (publicada pelas Testemunhas de Jeová), apresentará a primeira parte de uma série de artigos sobre a destruição de Jerusalém, que conforme as Testemunhas crêem, ocorreu no ano de 607 a.C. Em contraste com esta posição, a esmagadora maioria (praticamente a totalidade) dos arqueólogos e historiadores afirmam que isto ocorreu cerca de 20 anos depois, em 587 a.C. ou 586 a.C.

Discussões sobre qual das duas datas está correta podem parecer insignificantes, até mesmo para algumas Testemunhas de Jeová. Mas na realidade, a data de 607. aC. que defendem desempenha uma importância monumental na mensagem propagada por elas próprias. É com base nessa data que chegam ao ano de 1914 d.C., ano que crêem ter sido estabelecido o Reino de Cristo nos céus, bem como o ano que marcaria o início dos "últimos dias" deste sistema de coisas.

Na década de 1960, uma Testemunha de Jeová chamado Carl Olof Jonsson foi questionado sobre as razões pelas quais os historiadores preferiam a data de 20 anos depois para a destruição de Jerusalém (587. a.C.) e Jonsson portanto, prometeu pesquisar o assunto para descobrir as razões por detrás disso. Como resultado, Jonsson descobriu que os historiadores possuíam muitas evidências à favor da data de 587 a.C., contradizendo historicamente a posição das Testemunhas de Jeová.

Jonsson compilou os resultados de suas extensas pesquisas e enviou para o Corpo Governante (a liderança) das Testemunhas de Jeová em Brooklyn, Nova York, mas uma resposta convincente nunca foi apresentada diante das evidências que havia reunido. Por contrariar a posição da Sociedade Torre de Vigia (organização matriz das Testemunhas), Jonsson acabou sendo desassociado (expulso) da organização na década de 1980. Uma entrevista com Jonsson foi feita algum tempo depois no documentário "Witnesses of Jehovah" que você pode conferir clicando aqui.

O tratado que Jonsson havia compilado, embora tenha sido ignorado pelo Corpo Governante, continua a ser impresso agora em forma de livro, que tem como título: "Os Tempos dos Gentios Reconsiderados" e que também pode ser encontrado na nossa língua portuguesa. É uma leitura obrigatória para todos os que querem conhecer a origem, a história e o que diz a Bíblia e a arqueologia sobre esta posição adotada pelas Testemunhas de Jeová.

O Corpo Governante poucas vezes defendeu detalhadamente sua posição. A última vez que dedicou grande atenção para o assunto foi no apêndice dum livro intitulado: "Venha o Teu Reino", publicado ainda na década de 1980. Os argumentos apresentados nesse livro não convenceram Jonsson e inclusive são rebatidos em seu livro "Os Tempos dos Gentios Reconsiderados". Resta saber agora, se os argumentos apresentados nos próximos números de A Sentinela serão mais convincentes do que os anteriores.

Um comentário:

  1. Li o primeiro artigo e fiquei impresssionado. Eles pretendem ensinar história para historiadores e arqueologia para os arqueólogos. Muita pretensão! Afirmam que o ano 607 é totalmente baseado na cronologia bíblica mas chegam até ele subtraindo 70 de -537. E como eles chegaram em 537? Não foi usando a Bíblia mas uma certa tabuinha cuneiforme (BM 33066) que é apenas uma entre muitas outras usadas por arqueólogos e historiadores, que levam em conta muito mais do que isso. Chegam ao cúmulo de afirmar que os historiadores que estabelecem outro ano para a destruição de Jerusalém (todos eles)apenas se "baseiam em duas fontes — os escritos de historiadores clássicos e o Canon de Ptolomeu." Uma mentira gritante que subestima o trabalho sério dos historiadores especializados no assunto que usam, diga-se de passagem justamente as tabuinhas cuneiformes, entre outras fontes. E sem selecionar, como a Torre fez, citando apenas a série que (pelo menos é o que afirma os escritores do artigo) confirma a data que ela precisa desesperadamente! Não é por nada que o Corpo Governante desmotiva (até condena) o estudo de fontes independentes deles.

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