"Não importa aquilo em que pessoalmente creia,
sem dúvida gostaria de ouvir ambos os lados da questão."
— Despertai! 8 de Abril de 1970, página 5.
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sábado, 9 de abril de 2011

O Massacre de Realengo e as Testemunhas de Jeová

O Brasil inteiro está chocado com o massacre ocorrido no dia 7 de abril de 2011, em Realengo, no Rio de Janeiro. Por volta das 8h30min desse dia, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira munido de dois revólveres e efetuou diversos disparos contra alunos e professores, dentre as quais 12 destes alunos foram mortos. Wellington foi interceptado por policiais e acabou cometendo suicídio logo após.

As causas que levaram Wellington a cometer este massacre ainda são um mistério, mas fica evidente em uma carta escrita por ele antes do ocorrido a influência religiosa em seu ato. Segundo sua irmã adotiva e um amigo achegado, ele era vítima de bullying e nos últimos tempos pesquisava muito sobre atentados terroristas e grupos religiosos islâmicos.

Uma matéria publicada pelo Uol Notícias, contém o relato de "G. S." que se apresenta como amigo de Wellington. Ele diz o ter conhecido num Salão do Reino das Testemunhas de Jeová há uns 4 anos. Porém, ele afirma que foram "expulsos" do movimento em 2008 após desentendimentos com um superintendente das Testemunhas de Jeová. Adcionalmente, cita na reportagem que "a pressão religiosa foi fundamental para a construção da personalidade criminosa de Oliveira." Confira a matéria completa clicando aqui.

Teria a sua passagem pelas Testemunhas de Jeová alguma influência nisso? É possível, embora nada possa ser afirmado com certeza. Provavelmente Wellington tinha distúrbios mentais, e encarar essa possível expulsão cometida pelas Testemunhas de Jeová é realmente muito difícil, visto que há perda total de contato com os amigos de dentro da congregação (igreja), algo como uma espécie de "morte social" tão pesada que muitas vezes causa sérios transtornos mentais entre ex-membros da religião (saiba mais aqui).

A polícia já está investigando os depoimentos sobre o passado religioso de Wellington, afim de descobrir afinal quais as motivações que o levaram à cometer este crime.

Atualização (11/04/2011): O programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu nesse domingo uma reportagem sobre alguns manuscritos de Wellington, onde muito se falou sobre sua relação com as Testemunhas de Jeová, mostrando ainda algumas publicações da Torre de Vigia espalhadas pela casa do assassino. Entretanto, exibiu-se também um pronunciamento oficial da Torre de Vigia que diz que Wellington nunca foi de fato membro (batizado) da religião, e que após o seu afastamento do movimento das Testemunhas de Jeová aderiu a conceitos do islamismo, tendo pertencido, talvez, a algum grupo extremista islâmico. Você pode conferir os trechos específicos desta matéria no vídeo abaixo:



Veja a matéria completa no site do Fantástico.

6 comentários:

  1. Gostaria de esclarecer que, ao que parece, o cara sofria de distúrbios desde que nasceu, porém vale salientar que sucessivamente o termo "bullying" é citado e para quem nasceu e foi criado como Testemunha de Jeová isso se torna algo bem real e constante, pois desde cedo são ensinados a separar o mundo entre os eleitos (TJs) e os mundanos e impuros. As crianças são proibidas de participar de aniversários, festas juninas, desfiles cívicos, de cantar o hino nacional, de vestirem camisas de times ou seleções de futebol, de não participar de grêmios estudantis ou qualquer festa feita fora do mundo TJteano. As crianças levam para a professora uma cartilha (imposta pelos pais) para que a mesma saiba de todas essas proibições e respeite a decisão da igreja. Sendo assim, muitas crianças TJs se isolam e tem vergonha de falar de sua crença o que em alguns casos pode levar a distúrbios.

    Percebam que não estou afirmando que foi o que aconteceu com esse cara, mas que toda pessoa que foi uma criança Testemunha de Jeová sabe muito bem o que é ser visto como o "estranho" e que isso muitas vezes resulta em bullying. Mais informações:
    http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=16&t=8048&st=0&sk=t&sd=a

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  2. É preciso ter cuidado para não incorrer em crime com afirmações sobre religiões. Veja os artigos do Código Penal Brasileiro: Art. 208 Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo...
    Notei que seu blog não cita a provável ligação mais recente do criminoso com um grupo fundamentalista islamico, ventilada em repostágem de hoje do Fantástico (Globo), estranho não!

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  3. Olá Sérgio,

    Tem razão. Adcionei uma menção no início da postagem, e deixo como referência a matéria exibida no Fantástico que também aborda a sua relação com o islamismo.

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  4. Se o cara fosse ateu, iam dizer que ele fez isso por não ter deus no coração, como está evidente que era religioso ficam dizendo que ele deturpou os ensinamentos ou tentam jogar a batata quente de uma religião para a outra.
    Amigo, veja quão medíocre é a reportagem do UOL; baseada no relato de uma pessoa não identificada que ainda assume que conhece o suficiente sobre a formação da personalidade das pessoas, coisa que nem no meio acadêmico há consenso.
    O problema não está nessa ou naquela religião, mas nas pessoas que se dizem religiosas, entretanto passam o tempo tentando julgar e condenar quem pensa diferente de si.
    Para que serve a parábola do bom samaritano?
    Paz e luz a todos.

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  5. Distúrbios psicólogicos não é mérito exclusivo para questões de ordem religiosa. Alguém se ateve ao detalhe de que em sua família biológica (sua mãe) houve caso de esquizofrenia e suícidio? Nos relatos dos colegas de escola, não houve nenhum depoimento indicando de que ele era perseguido por suas crenças, (crenças essas que ele mesmo não afirmava seguir), e sim pelo seu comportamento reservado e tímido e sua aparente falta de desenvoltura com o sexo feminino. Características essas que não são peculiares de quem segue esta ou aquela religião; mas considerando o histórico social e biológico do rapaz haverá muito mais razões para 'explicar' seu comportamento do que apontar para qualquer religião e julgar seu comportamento patológico.

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  6. Tam, não há o que corrigir do seu comentário, mas o mesmo não se aplicaria a um ateu? Como a gente ouve pela mídia que um assassino bárbaro não tinha deus no coração?
    A questão é que ele conseguiu o seu intuito de levar adiante a sua mensagem e se muitos preferem não dar atenção, talvez ela tenha despertado um sentimento em outro.
    Se você procurar no youtube vai ver gente criticando os professores por não terem reagido. Até a vítima tem culpa.
    Se a gente parasse mais de ficar procurando o dono da culpa e se preocupasse mais em aprender uma lição, talvez fosse melhor para resolvermos os nossos problemas.
    Não foi a minha intenção insinuar tal ligação.

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